Milton Neves processa Roberto Justus por cancelar produção de programa na Band

Na última sexta-feira (13), o apresentador Milton Neves, do programa "Terceiro Tempo", da Band, entrou com um processo de reparação de danos na 6ª Vara Cível de São Paulo contra Roberto Justus, publicitário e apresentador de "O Aprendiz", da Record.

Em 2008, Neves deixou a Record por conta de um convite de Justus, que iria produzir o "Terceiro Tempo" para a Band. No entanto, no dia 26 de março de 2008, dias antes da estreia do programa, o publicitário anunciou o fim da parceria e o cancelamento da atração.

Milton Neves

Na época, Neves afirmou estar "chateado" com a decisão, e não saber como ela havia sido tomada. "Foi um desentendimento dele com a Band", disse. A emissora decidiu continuar com o programa  mesmo sem a participação de Justus. Segundo a Folha de S.Paulo, por ser dono de uma das maiores agências de publicidade do país, o Grupo Newcomm, não quis "ficar mal" com os canais concorrentes.   
No dia 28 de março, Milton Neves afirmou ao Portal IMPRENSA que mesmo com o ocorrido queria trabalhar na Band, "porque ela é a Rede Globo do futebol". O jornalista finalizou dizendo que a Band foi "maravilhosa" e que não teve culpa diante do "episódio".
Agora, o apresentador do "Terceiro Tempo" está processando Justus e seu sócio, Clodoaldo Araújo, por conta do ocorrido. Clodoaldo foi o vencedor da quinta edição de "O Aprendiz", quando ganhou R$ 2 milhões e o direito de virar sócio de Justus em uma de suas empresas, a Brainers - justamente a que produziria o programa para a Band. 
No dia 3 de outubro de 2008, Clodoaldo virou dono de 49% da Brainers. No entanto, vinte dias depois dele ter se tornado sócio, ela encerrou suas atividades. Mesmo assim, o vencedor de "O Aprendiz" virou réu no processo de Milton Neves.
O advogado do apresentador, José Carlos Costa Netto, afirmou ao Portal IMPRENSA que "a gota d´água" foi o fechamento da empresa. "Por isso tive que acionar os responsáveis. Antes do fechamento, a empresa concedeu a Clodoaldo a condição de sócio. Como ela fechou, a lei manda responsabilizar os acionistas".
A indenização pode chegar a R$ 70 milhões, e leva em conta, segundo o advogado, o valor que Neves receberia com a receita do contrato, remuneração pelo projeto e a receita publicitária. "Foi feito um levantamento prévio de tudo que ele poderia receber até o fim do contrato com a Band".
De acordo com Costa Netto, quando Justus desistiu do programa, ele tentou entrar em contato com sua assessoria jurídica para tentar fazer com que vigorasse o projeto, mas foi em vão.
Procurada pelo Portal IMPRENSA, até o momento a assessoria de Roberto Justus não se manifestou.


Ana Luiza Moulatlet/Redação Portal IMPRENSA